domingo, 2 de setembro de 2012


Estamos em Itaparica há uma semana. O clima é de muitos veleiros, muitos estrangeiros, bem legal.
Chegada em Itaparica. foto tirada pela Ingrid do Baltic Sun. 
Nossa chegada foi um tanto tumultuada. A velejada de Morro de SP foi ótima.  A velocidade chegou a 8 nós várias vezes, o que foi excelente, pois conseguimos entrar na baia de Itaparica.  Eu estava mal, com febre, havia comido alguma coisa ruim e mais os pontos no calcanhar.  Nas proximidades da Marina de Itaparica começamos a baixar as velas e ligamos o motor. Mas estranhamente o barco não avançava. Abri a genoa e segui adiante procurando manter seguimento na embarcação. Vi um catamarã entrando por um outro lado e resolvi entrar pelo mesmo caminho, na vela. Na reta dos veleiros a profundidade foi diminuindo, diminuindo, e crasch, encalhamos na areia. Dei motor para tras e nada.  Nisso vieram 3 botes de apoio, como abelhas na minha direção. Eram velejadores que viram a bobeira que estava fazendo e foram ao meu auxílio.  Estes eram Bert, que já havíamos conhecido em Itacaré, Aliston e seu filho Michel, sul africanos, e mais em australiano. Solícitos começaram a empurrar a proa do barco para o sentido de onde entrei, depois entraram para ver como estava a situação.  Todos falando ao mesmo tempo, em inglês, fazendo a maior confusão.  Tentei raciocinar e pedi ao Diego que visse o hélice por baixo d'água enquanto acelerava o motor. Aí estava o problema, o motor não tocava o hélice, era o câmbio que não acionava a vante ou a ré. Nisso a maré vazou mais e ficamos ali mesmo. Vimos que a maré iria esvaziar mais 15 centímetros e depois encheria.  A solução era esperar terminar de baixar e depois a maré soltaria o barco. A questão era quanto o barco adernaria nessa baixada final.  Eu então que estava mal tive que criar energias para segurar a barra.  Minha tripulação estava tranquila pois já estão se acostumando com esse tipo de situação. Aliston  me chamou para ir ao seu veleiro buscar uns mapas atualizados da área.  Como não havia nada o que fazer e este camarada estava realmente envolvido na nossa estória, fui com ele. Voltamos e colocamos os mapas no lap-top. Coincidentemente ele trabalhava para o Open CPN, um programa de navegação.  Aproveitei para por outros mapas, inclusive uns que Gustavo, do Pé-na-Tábua me havia mandado. Boa coincidência. Nisso Maite fez um macarrão, mesmo com o barco adernado bastante e comemos todos. Aliston se foi e comecei a tomar providências. Coloquei uma âncora na popa, pois avaliando o vento e a maré, o barco preso pela popa faria o Sobá rodar para o sentido de onde havíamos vindo quando subisse a maré. E então fui desmontar o sistema de acionamento do câmbio para poder ter motor para sair. Chegaram Bert e Michele. Apesar da situação tudo estava tranquilo. A previsão era desencalhar próximo das 10 horas da noite, mas oito e meia o barco soltou e justamente rodou para a saída do encalhe.  Chamei o Aliston, pois ele queria vir dar uma força.  Esperamos a maré subir um pouco mais e partimos. Saímos com o filho de Aliston, Michael, no comando, pois supostamente ele conhecia bem o canal de entrada. Mas ele entrou errado e quase encalhamos novamente. Assumi então e entrei na entrada certa e finalmente ancoramos.  Tudo terminado abrimos um vinho e comemoramos todos juntos. Aliston iria no dia seguinte partir para África do Sul resolver uns problemas.
Os pais e a irmã da Maite vieram para Itaparica estar conosco uns dias.  Fomos a Salvador fazer esses passeios básicos no Pelourinho, etc... Aquele clima de turista abordado pelos guias insuportável, mas sobrevivemos.  Aproveitei para mais uma vez tentar consertar a bomba de água do motor.  Parece que desta vez achei um pessoal mais competente, vamos ver... Na nossa ida a Salvador encontramos o Gustavo no meio da rua, muita coincidência.  Ele ficou de vir para Itaparica passar a semana que vem.
As crianças se juntaram com os filhos do Aliston e Ingrid, Michael e Tanzi, que tem 15 e 13 anos,  e quando não estão com os avós saem por aí. Michael é bem comunicativo e simpático e conhece tudo e todos por aqui. Nos apresentou o pessoal da capoeira e fomos lá conferir.

Centro histórico de Itaparica

Ancoragem.

Devemos ficar mais esta semana e depois iremos para a Chapada da Diamantina fazer um tour diferente, com cachoeiras e caminhadas.  O Gustavo deve ir também e o pessoal da  veleiro Baltic Sun, barco do Aliston, Michael e cia estão querendo ir também.

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